Ao refletir sobre projetos na Escola, vejo que é interessante e enriquecedor tanto para o aluno quanto para o professor. Nós professor sentimos mais realizados com o envolvimento dos alunos e com os resultados obtidos; Assim o nosso conhecimento passa a ser tratado de forma muito agradável e os nossos alunos aumenta a capacidade de escolher, organizar, priorizar, considerar, resumir etc. Quando trabalhamos com projetos abrimos muitas possibilidades, onde podemos desenvolver atividades que vai além de previsto, isso é muito importante para nós e nossos alunos, pois, faz com ele consigamos aproveitar todas as formas de conhecimento, e ainda vamos além do currículo escolar, num projeto temos a oportunidade de trabalhar com as tecnologias e o tradicional, no qual em certos momentos são necessário. Cabe a nós educador saber o momento de conduzir cada situação. Projeto interdisciplinar é muito importante, pois, para nós aluno/professor é extremamente rico em conhecimento. Atualmente com as tecnologias disponível, informações precisas chegam aos educando de forma rápida e atrativa para a comunidade escolar envolvida nesse processo de conhecimento, por isso é indispensável essa nova forma de trabalho na aprendizagem dos nossos educandos.
PROUCA-FABRICIA LEONEL
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
terça-feira, 5 de julho de 2011
Atividade I do módulo III- UCA
IDÉIAS...
Perguntas...?
Verifiquei ao navegar profundo no módulo III, idéias centrais que consta em cada textos,onde vários e grandes autores estão questionando cada passo da evolução constante no nosso dia-a-dia, vejo que não importa como são respondidos os questionamentos surgidos, basta que se questione as dúvidas sugeridas por nós professores/alunos, pois o questionamento leva o ser humano a raciocinar e não mais modelar, como às vezes acontece.
No módulo III como vejo,os textos tem como objetivo enriquecer conhecimentos através de uma simples discussão entre nós.
Quanto as perguntas em sala de aula, vejo que não deve ser simplismente direcionada para ver se o aluno aprendeu o conteúdo ou está tendo alguma dificuldade e queremos dar uma solução para cada pergunta feita, e devemos então, sim, estar atento para ver se aluno realmente esta se interando com o assunto discutido no momento e se possível solucionar as dificuldades que aparece no decorrer da discussão.
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Plano de aula com o uso do blog
Elieverson como estou fora da sala de aula... ajudando os professores na formação do UCA......achei este exemplo de aula na net muito interessante..........gostaria de dividir esta aula com os professores.........pois p mim foi enriquecedor...........daqui uns dias estaremos postando em nosso blogs aulas usando blogs, que iremos fazer aqui na escola Adenocre.........aguardem........espero que gostem da aula.......um abraço a todos...........
2. ATORES
Para o desenvolvimento do Projeto participaram:
· 33 alunos do terceiro ano de ciclo I
· Professora Cida
· Alunos Monitores
· Coordenação pedagógica
· Pesquisadores LSI/USP
·
3. JUSTIFICATIVA
Pesquisa recente do Centro de Estudos da Fundação Victor Civita (FVC) em parceria com o LSI/USP e com patrocínio da Abril Educação e do Instituto Unibanco e Itaú BBA (2009), mostrou entre outras coisas, que das escolas que possuem laboratório de informática, 18% nunca são utilizados e que o uso das novas tecnologias, na maioria das vezes, ainda está longe de garantir inovação e de ser usado como ferramenta a serviço da aprendizagem das crianças.
Apontou, ainda, a necessidade de investimento em infra-estrutura, na formação de professores, no planejamento do uso das novas tecnologias de forma que propicie o desenvolvimento dos conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais conforme explicitado nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) e dos objetivos presentes nos Projetos Políticos Pedagógicos das escolas, tendo o aluno como centro do processo.
Para garantir efetivamente a “inclusão digital” não basta colocar as novas tecnologias na escola, é preciso inovar em seu uso, para que o aluno aprenda a lidar com a informação e não somente “copiar e colar”, mas procurar, selecionar, qualificar a informação, de acordo com o contexto do Projeto trabalhado por professores e alunos. É necessário que o aluno aprenda a utilizar diferentes linguagens e recursos que as novas tecnologias oferecem, inserindo-se assim em uma cultura digital que possibilitará ao aluno desenvolver sua capacidade crítica, de análise, adquirindo procedimentos, habilidades e atitudes cada vez mais disseminadas e exigidas na sociedade atual.
Considerando o fato de que a tecnologia não é por si só solução, podendo até, dependendo de como for usada reforçar diferentes concepções vê-se ser necessária a mudança da própria estrutura do ensino, que estimule iniciativas e criatividade. “E o professor é o fator chave no relacionamento da informática com a educação. É ele que na organização do currículo, do plano de aula e nas atividades didáticas estabelece o uso da informática enquanto ferramenta educacional. Mas não acontece se o professor não estiver preparado” (Tavares, pág. 3, 2001).
Neste sentido apontamos para os projetos de trabalho como um modelo, “associando os projetos de trabalho não como uma metodologia, mas como uma concepção de ensino, uma maneira diferente de suscitar a compreensão dos alunos sobre os conhecimentos que circulam fora da escola e de ajudá-los a construir sua própria identidade” (Hernández, 1998). Para isso o professor deve estar preparado e “estimulado a criar atividades pedagógicas desafiadoras e que estejam vinculadas as suas próprias realidades. E muitas destas atividades serão realizadas além dos muros da escola; além do tempo das aulas. Porém faz-se necessária a presença do professor mediador neste espaço ampliado e tempo redimensionado, no papel de orientador, facilitador e estimulador”(Góes, 12, 2003).
Assim, os projetos de trabalho, como nos coloca Hernández (1998), permitem aproximarmo-nos da identidade dos alunos e favorecer a construção de sua subjetividade, revisarmos a organização do currículo por disciplinas e a maneira de estabelecê-lo no tempo e no espaço escolar e, finalmente resgatarmos o que ocorre fora da escola, às transformações derivadas da imensa produção de informação que caracteriza a sociedade atual e que torna necessário aprender a dialogar de maneira crítica com todos esses fenômenos. Os projetos de trabalho constituem um planejamento de ensino e aprendizagem vinculado a uma concepção da escolaridade em que se dá importância não só a aquisição de estratégias cognitivas de ordem superior, mas também ao papel do estudante como responsável por sua própria aprendizagem. Significa enfrentar o planejamento e a solução de problemas reais e oferece a possibilidade de investigar um tema partindo de um enfoque relacional que vincula idéias-chave e metodologias de diferentes disciplinas. Em conseqüência, costuma ser um planejamento motivador para o aluno, pois este se sente envolvido no processo de aprendizagem. Geralmente, permite ao estudante escolher o tema ou envolver-se a sua escolha. Isso faz com que ele leve adiante a busca, na qual há de recolher, selecionar, ordenar, analisar e interpretar a informação. Essa tarefa pode ser realizada de maneira individual ou grupal, e seus resultados deverão ser públicos, para favorecer um conhecimento compartilhado. (Hernández, p.. 89, 1998).
Mas como conseguir incentivar os professores a tentarem inovação em suas práticas pedagógicas? Como lidar com as resistências e dificuldades no uso das novas tecnologias?
A experiência desenvolvida na EMEF Ernani Silva Bruno nos mostra que com trabalho em grupo, investimento na formação continuada dos professores, equipe gestora e comunidade escolar em geral envolvida, todos pautados em um Projeto Político Pedagógico construído por essa comunidade e a serviço dos alunos, é possível modificar a realidade das salas de aula.
4. DESENVOLVIMENTO DAS ETAPAS DO PROJETO
Os objetivos da professora da classe ao desenvolver o Projeto de iniciação científica foram:
· Educar para a autonomia e a criatividade;
· Estimular a pesquisa científica com base no interesse dos alunos;
· Desenvolver atitudes de companheirismo e cooperação no trabalho em grupo, discutindo vivências e processos como vida de grupo, identidade do grupo, democracia, consenso, divergência, argumentação, votação, entre outros;
· Melhorar a produção escrita dos alunos, trabalhando com a revisão dos textos produzidos, para posteriormente publicá-los;
· Desenvolver o conteúdo do quadro progressivo do ensino de Gêneros na escola (orais e escritos), mais especificamente ensinar a reconhecer as características de resumo, diário e texto informativo, levando-os a produzir esses textos;
· Desenvolver a habilidade de apresentação oral por meio de seminários;
· Aprender a usar recursos do laptop XO para realizar as tarefas propostas;
· Estimular o uso da Internet e seus recursos como fonte rica de pesquisa
· Aprender a selecionar informação encontrada na Internet e a melhor forma de utilizar sites de pesquisa;
· Levar o aluno a apreender os procedimentos utilizados na pesquisa científica;
· Trabalhar com o uso social da linguagem escrita, utilizando situações reais de interação e uso da língua, como por exemplo, a publicação de seus textos em blog, a escrita de comentários nas publicações dos colegas.
Para iniciar o trabalho com a classe, o primeiro passo foi o de organizar os grupos para a realização da pesquisa. A sala foi dividida em 7 grupos de pesquisa, com mais ou menos 4 ou 5 crianças por grupo, com base no diagnóstico da professora e nos seguintes critérios: grupos heterogêneos de meninos e meninas, crianças com mais facilidade e outras com mais dificuldades, afinidades entre as crianças.
Esse critério é denominado de “agrupamento produtivo”, onde a heterogeneidade é garantida e todos cooperam entre si. Depois dos agrupamentos, as crianças escolheram um/a líder e um nome para o seu grupo. Esse processo permitiu que cada criança avaliasse suas aptidões e facilidades em desenvolver os trabalhos, tiveram que expor, discutir no grupo o porque queriam ser líder e depois fizeram uma votação no próprio grupo. Em
relação ao nome do grupo, as crianças passaram pelo mesmo processo, cada grupo sugeriu alguns nomes e foram colocados em votação. Dessa forma, cada um dos 7 grupos que havia na classe foi construindo uma identidade. Vale dizer que nessa fase, foi necessário o trabalho da professora com a classe na discussão de conceitos e processos como: o que é vida em grupo, o que é identidade de grupo, democracia, consenso, divergência, votação, como conviver em grupo e também discutir e refletir com eles que os conflitos que porventura aparecessem, não poderiam prejudicar o andamento da pesquisa. Sobre a divisão dos grupos, a professora Maria Aparecida diz que “é importante a professora conhecer os alunos, saber quem consegue trabalhar com quem, quais são os mais agitados, os mais dispersos, criar um vínculo com a classe, estabelecendo relações de confiança”.
O estabelecimento de condições adequadas para a interação não pode estar pautado somente em questões cognitivas. Os aspectos emocionais e afetivos são tão relevantes quanto os cognitivos, principalmente para os alunos prejudicados por fracassos escolares ou que não estejam interessados no que a escola pode oferecer. A afetividade, o grau de aceitação ou rejeição, a competitividade e o ritmo de produção estabelecidos em um grupo interferem diretamente na produção do trabalho. A participação de um aluno muitas vezes varia em função do grupo em que está inserido (BRASIL, 1998, p. 64).
Um dos objetivos da educação escolar é que os alunos aprendam a assumir a palavra enunciada e a conviver em grupo de maneira produtiva e cooperativa. Dessa forma, são fundamentais as situações em que possam aprender a dialogar, a ouvir o outro e ajudá-lo, a pedir ajuda, aproveitar críticas, explicar um ponto de vista, coordenar ações para obter sucesso em uma tarefa conjunta, etc. É essencial aprender procedimentos dessa natureza e valorizá-los como forma de convívio escolar e social. Trabalhar em grupo de maneira cooperativa é sempre uma tarefa difícil, mesmo para adultos convencidos de sua necessidade.
A criação de um clima favorável a esse aprendizado depende do compromisso do professor em aceitar contribuições dos alunos (respeitando-as, mesmo quando apresentadas de forma confusa ou incorreta) e em favorecer o respeito, por parte do grupo, assegurando a participação de todos os alunos.
Assim, a organização de atividades que favoreçam a fala e a escrita como meios de reorganização e reconstrução das experiências compartilhadas pelos alunos ocupa papel de destaque no trabalho em sala de aula. A comunicação propiciada nas atividades em grupo levará os alunos a perceberem a necessidade de dialogar, resolver mal-entendidos, ressaltar diferenças e semelhanças, explicar e exemplificar, apropriando-se de conhecimentos (PCN´s, pág. 63-64, 1.998). Após todo esse trabalho de construção das identidades dos grupos, os alunos fizeram um levantamento de temas que gostariam de pesquisar. Para subsidiar os grupos no registro de suas descobertas. Paralelamente a professora trabalhou com os gêneros textuais: resumo, diário e texto informativo. Também houve a necessidade de revisar conteúdos da Língua Portuguesa, tais como letra maiúscula e minúscula; singular e plural; artigos; substantivos e adjetivos; pronomes; pontuação; frases; parágrafos; ortografia.
Segundo a professora, um dos gêneros mais difíceis de se trabalhar com o grupo foi o resumo, pois em geral a tendência era a de apenas "copiar" textos. Considerando que resumir é sistematizar, esse foi um trabalho de aprendizado muito rico para os alunos.
Uma primeira experiência com a pesquisa...
Antes de os grupos construírem seu plano de pesquisa, a professora organizou uma espécie de "primeira experiência" de trabalho de grupo e de pesquisa nessa nova proposta, com registro de texto em um blog criado para a classe do terceiro ano. A professora criou o blog para a classe, denominado “Pequenos e Grandes” pois, segundo ela, não havia tempo para trabalhar com todo o processo de criação do blog, pois teriam pela frente apenas três meses de trabalho e a escola passava por uma situação de mudança. Porém, explicou para as crianças o que era um blog e qual a sua finalidade, todos os alunos ficaram entusiasmados com a possibilidade de publicarem seus textos.
Para uma primeira experiência de trabalho em grupo e busca na Internet, a professora achou interessante trabalhar com o tema da primavera, pois já haviam estudado a chegada da primavera, a variação da temperatura e a diferença das estações do ano nos hemisférios Sul e Norte. Nessa primeira etapa a professora ainda não introduziu os projetos de trabalho, ela mesma escolheu um tema comum, pois seu objetivo era o de fazer com que as crianças vivenciassem uma experiência de trabalho de produção em grupo para posteriormente escolherem seus próprios temas de pesquisa. Então, nesse momento iriam criar um mural sobre a primavera, contendo informações, poemas, ilustrações. Como o objetivo maior era o de familiarização com a pesquisa no laptop utilizando seus recursos, foram encaminhadas algumas atividades detalhadas a seguir.
A primeira etapa teve dois dias de duração e consistiu no desenvolvimento dos seguintes passos:
· 1. Produção escrita de um texto informativo sobre a primavera;
· 2. Lição de casa: revisar o texto e ler para alguém
· 3. No dia seguinte: leitura do texto no grupo de pesquisa
· 4. Escolha (em cada grupo) de um texto para o mural da sala, tendo como critérios (combinados anteriormente) texto criativo, texto fluente, entre outros.
Houve um grupo que elaborou o texto durante a segunda aula, produziram o texto coletivamente e um dos integrantes do grupo foi o escriba.
A segunda etapa também teve dois dias de duração e consistiu no desenvolvimento dos seguintes passos:
· Uso dos laptops para pesquisa on-line de poemas para crianças, preferencialmente relacionados à primavera
· Leitura do poema e seleção de uma ou mais estrofes
· Registro da estrofe no caderno
· Apresentação das estrofes de cada um do grupo e escolha de uma por meio de votação para publicar no blog
· Digitação no editor de texto do laptop e revisão do texto para postagem
Como ainda não havia uma metodologia e uma organização mais elaborada sobre a melhor forma de utilização dos laptops pois o uso anterior ao projeto era esporádico, essas aulas funcionaram como um teste, para ver qual seria a reação das crianças perante o uso contínuo dessa nova ferramenta de trabalho. Os alunos monitores ajudavam muito na organização dos laptops (levando o carrinho para a sala de aula, distribuindo-os para as crianças, trocando máquinas que apresentavam problemas de conexão na hora das atividades) e ajudavam também tirando dúvidas das crianças, relativas à entrar na Internet, navegar nos sites de busca, usar o teclado, entre outras. Ainda assim, as crianças demonstraram grande interesse no blog e muita curiosidade com a Internet em si. Aqueles alunos que demonstravam um maior domínio do uso das ferramentas ajudavam os que tinham maiores dificuldades e assim, a maioria da classe conseguiu acessar o blog.
Para pesquisarem os poemas, as crianças entraram no site de busca e colocaram como pesquisa “poemas sobre primavera”. A professora caminhava de grupo em grupo, auxiliando, pedindo para que escolhessem uma estrofe, explicava o que era estrofe, tirava dúvidas e exigia bastante com a questão da revisão do que é colocado no blog.
Nessa aula, houve algumas dificuldades que impediram um rendimento total das atividades, foram elas;
· Conexão com a Internet (demorou um pouco para que todos os laptops conseguissem conectar a Internet e isso deixava as crianças ansiosas)
· Fora constatada a necessidade de que houvesse um aluno monitor o tempo todo junto ao carrinho de laptops, testando-os, pois são protótipos e apresentavam algumas falhas, se há alguém fazendo esse trabalho, evita desperdício de tempo e dispersão da sala, pois se o laptop der algum problema, ele já troca na hora.
Nessas duas etapas, foi observado que houve muita participação de cada um, muita discussão nos trabalhos em grupo e a construção da identidade de cada grupo. Durante esse período, também houve impasses, polêmicas e conflitos acerca da organização e cooperação no grupo que a professora conversava e estimulava que fossem resolvidos no grupo, sempre por meio do diálogo. Algumas vezes, as crianças acolhiam em outros grupos colegas de relacionamento difícil que apresentavam dificuldades no seu grupo de origem e isso partiu deles, é como se fizessem “estágio” em outro grupo e depois voltavam para seu grupo de origem.
Mais familiarizados com a proposta de trabalhar em grupo, após essa vivência da primeira atividade, os alunos conheceram e visualizaram o blog pela primeira vez (www.mariaaparecidacc.blogspot.com), postando as estrofes escolhidas a partir dos poemas pesquisados.
Na aula seguinte, a professora retomou os passos da aula anterior, pedindo para que finalizassem o que se propuseram a fazer, e aqueles alunos (pelo menos 1 por grupo) que já haviam terminado, começaram a ajudar os demais para que então pudessem partir para uma nova atividade.
Havia a preocupação da professora em pedir para os alunos copiarem no caderno o que havia sido postado no blog, conforme figura 1, para que não perdessem o material, pois como o laptop é compartilhado com outros alunos da escola, havia a preocupação de não conseguir pegar depois a mesma maquina onde haviam salvo os arquivos.
Houve situações em que alguns alunos que haviam terminado tudo se mostraram individualistas, apresentando comportamento de não-cooperação com os demais e então a professora passava nos grupos, sentava e conversava a respeito da importância da solidariedade, de aprender a trabalhar em grupo, de ajudar e ser ajudado, conforme figura 2. Percebendo a necessidade, a professora nomeou então, um líder por grupo (os alunos que se mostraram mais comunicativos e consensuais) para que tivessem como função guiar e auxiliar os demais membros do grupo.
2. ATORES
Para o desenvolvimento do Projeto participaram:
· 33 alunos do terceiro ano de ciclo I
· Professora Cida
· Alunos Monitores
· Coordenação pedagógica
· Pesquisadores LSI/USP
·
3. JUSTIFICATIVA
Pesquisa recente do Centro de Estudos da Fundação Victor Civita (FVC) em parceria com o LSI/USP e com patrocínio da Abril Educação e do Instituto Unibanco e Itaú BBA (2009), mostrou entre outras coisas, que das escolas que possuem laboratório de informática, 18% nunca são utilizados e que o uso das novas tecnologias, na maioria das vezes, ainda está longe de garantir inovação e de ser usado como ferramenta a serviço da aprendizagem das crianças.
Apontou, ainda, a necessidade de investimento em infra-estrutura, na formação de professores, no planejamento do uso das novas tecnologias de forma que propicie o desenvolvimento dos conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais conforme explicitado nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998) e dos objetivos presentes nos Projetos Políticos Pedagógicos das escolas, tendo o aluno como centro do processo.
Para garantir efetivamente a “inclusão digital” não basta colocar as novas tecnologias na escola, é preciso inovar em seu uso, para que o aluno aprenda a lidar com a informação e não somente “copiar e colar”, mas procurar, selecionar, qualificar a informação, de acordo com o contexto do Projeto trabalhado por professores e alunos. É necessário que o aluno aprenda a utilizar diferentes linguagens e recursos que as novas tecnologias oferecem, inserindo-se assim em uma cultura digital que possibilitará ao aluno desenvolver sua capacidade crítica, de análise, adquirindo procedimentos, habilidades e atitudes cada vez mais disseminadas e exigidas na sociedade atual.
Considerando o fato de que a tecnologia não é por si só solução, podendo até, dependendo de como for usada reforçar diferentes concepções vê-se ser necessária a mudança da própria estrutura do ensino, que estimule iniciativas e criatividade. “E o professor é o fator chave no relacionamento da informática com a educação. É ele que na organização do currículo, do plano de aula e nas atividades didáticas estabelece o uso da informática enquanto ferramenta educacional. Mas não acontece se o professor não estiver preparado” (Tavares, pág. 3, 2001).
Neste sentido apontamos para os projetos de trabalho como um modelo, “associando os projetos de trabalho não como uma metodologia, mas como uma concepção de ensino, uma maneira diferente de suscitar a compreensão dos alunos sobre os conhecimentos que circulam fora da escola e de ajudá-los a construir sua própria identidade” (Hernández, 1998). Para isso o professor deve estar preparado e “estimulado a criar atividades pedagógicas desafiadoras e que estejam vinculadas as suas próprias realidades. E muitas destas atividades serão realizadas além dos muros da escola; além do tempo das aulas. Porém faz-se necessária a presença do professor mediador neste espaço ampliado e tempo redimensionado, no papel de orientador, facilitador e estimulador”(Góes, 12, 2003).
Assim, os projetos de trabalho, como nos coloca Hernández (1998), permitem aproximarmo-nos da identidade dos alunos e favorecer a construção de sua subjetividade, revisarmos a organização do currículo por disciplinas e a maneira de estabelecê-lo no tempo e no espaço escolar e, finalmente resgatarmos o que ocorre fora da escola, às transformações derivadas da imensa produção de informação que caracteriza a sociedade atual e que torna necessário aprender a dialogar de maneira crítica com todos esses fenômenos. Os projetos de trabalho constituem um planejamento de ensino e aprendizagem vinculado a uma concepção da escolaridade em que se dá importância não só a aquisição de estratégias cognitivas de ordem superior, mas também ao papel do estudante como responsável por sua própria aprendizagem. Significa enfrentar o planejamento e a solução de problemas reais e oferece a possibilidade de investigar um tema partindo de um enfoque relacional que vincula idéias-chave e metodologias de diferentes disciplinas. Em conseqüência, costuma ser um planejamento motivador para o aluno, pois este se sente envolvido no processo de aprendizagem. Geralmente, permite ao estudante escolher o tema ou envolver-se a sua escolha. Isso faz com que ele leve adiante a busca, na qual há de recolher, selecionar, ordenar, analisar e interpretar a informação. Essa tarefa pode ser realizada de maneira individual ou grupal, e seus resultados deverão ser públicos, para favorecer um conhecimento compartilhado. (Hernández, p.. 89, 1998).
Mas como conseguir incentivar os professores a tentarem inovação em suas práticas pedagógicas? Como lidar com as resistências e dificuldades no uso das novas tecnologias?
A experiência desenvolvida na EMEF Ernani Silva Bruno nos mostra que com trabalho em grupo, investimento na formação continuada dos professores, equipe gestora e comunidade escolar em geral envolvida, todos pautados em um Projeto Político Pedagógico construído por essa comunidade e a serviço dos alunos, é possível modificar a realidade das salas de aula.
4. DESENVOLVIMENTO DAS ETAPAS DO PROJETO
Os objetivos da professora da classe ao desenvolver o Projeto de iniciação científica foram:
· Educar para a autonomia e a criatividade;
· Estimular a pesquisa científica com base no interesse dos alunos;
· Desenvolver atitudes de companheirismo e cooperação no trabalho em grupo, discutindo vivências e processos como vida de grupo, identidade do grupo, democracia, consenso, divergência, argumentação, votação, entre outros;
· Melhorar a produção escrita dos alunos, trabalhando com a revisão dos textos produzidos, para posteriormente publicá-los;
· Desenvolver o conteúdo do quadro progressivo do ensino de Gêneros na escola (orais e escritos), mais especificamente ensinar a reconhecer as características de resumo, diário e texto informativo, levando-os a produzir esses textos;
· Desenvolver a habilidade de apresentação oral por meio de seminários;
· Aprender a usar recursos do laptop XO para realizar as tarefas propostas;
· Estimular o uso da Internet e seus recursos como fonte rica de pesquisa
· Aprender a selecionar informação encontrada na Internet e a melhor forma de utilizar sites de pesquisa;
· Levar o aluno a apreender os procedimentos utilizados na pesquisa científica;
· Trabalhar com o uso social da linguagem escrita, utilizando situações reais de interação e uso da língua, como por exemplo, a publicação de seus textos em blog, a escrita de comentários nas publicações dos colegas.
Para iniciar o trabalho com a classe, o primeiro passo foi o de organizar os grupos para a realização da pesquisa. A sala foi dividida em 7 grupos de pesquisa, com mais ou menos 4 ou 5 crianças por grupo, com base no diagnóstico da professora e nos seguintes critérios: grupos heterogêneos de meninos e meninas, crianças com mais facilidade e outras com mais dificuldades, afinidades entre as crianças.
Esse critério é denominado de “agrupamento produtivo”, onde a heterogeneidade é garantida e todos cooperam entre si. Depois dos agrupamentos, as crianças escolheram um/a líder e um nome para o seu grupo. Esse processo permitiu que cada criança avaliasse suas aptidões e facilidades em desenvolver os trabalhos, tiveram que expor, discutir no grupo o porque queriam ser líder e depois fizeram uma votação no próprio grupo. Em
relação ao nome do grupo, as crianças passaram pelo mesmo processo, cada grupo sugeriu alguns nomes e foram colocados em votação. Dessa forma, cada um dos 7 grupos que havia na classe foi construindo uma identidade. Vale dizer que nessa fase, foi necessário o trabalho da professora com a classe na discussão de conceitos e processos como: o que é vida em grupo, o que é identidade de grupo, democracia, consenso, divergência, votação, como conviver em grupo e também discutir e refletir com eles que os conflitos que porventura aparecessem, não poderiam prejudicar o andamento da pesquisa. Sobre a divisão dos grupos, a professora Maria Aparecida diz que “é importante a professora conhecer os alunos, saber quem consegue trabalhar com quem, quais são os mais agitados, os mais dispersos, criar um vínculo com a classe, estabelecendo relações de confiança”.
O estabelecimento de condições adequadas para a interação não pode estar pautado somente em questões cognitivas. Os aspectos emocionais e afetivos são tão relevantes quanto os cognitivos, principalmente para os alunos prejudicados por fracassos escolares ou que não estejam interessados no que a escola pode oferecer. A afetividade, o grau de aceitação ou rejeição, a competitividade e o ritmo de produção estabelecidos em um grupo interferem diretamente na produção do trabalho. A participação de um aluno muitas vezes varia em função do grupo em que está inserido (BRASIL, 1998, p. 64).
Um dos objetivos da educação escolar é que os alunos aprendam a assumir a palavra enunciada e a conviver em grupo de maneira produtiva e cooperativa. Dessa forma, são fundamentais as situações em que possam aprender a dialogar, a ouvir o outro e ajudá-lo, a pedir ajuda, aproveitar críticas, explicar um ponto de vista, coordenar ações para obter sucesso em uma tarefa conjunta, etc. É essencial aprender procedimentos dessa natureza e valorizá-los como forma de convívio escolar e social. Trabalhar em grupo de maneira cooperativa é sempre uma tarefa difícil, mesmo para adultos convencidos de sua necessidade.
A criação de um clima favorável a esse aprendizado depende do compromisso do professor em aceitar contribuições dos alunos (respeitando-as, mesmo quando apresentadas de forma confusa ou incorreta) e em favorecer o respeito, por parte do grupo, assegurando a participação de todos os alunos.
Assim, a organização de atividades que favoreçam a fala e a escrita como meios de reorganização e reconstrução das experiências compartilhadas pelos alunos ocupa papel de destaque no trabalho em sala de aula. A comunicação propiciada nas atividades em grupo levará os alunos a perceberem a necessidade de dialogar, resolver mal-entendidos, ressaltar diferenças e semelhanças, explicar e exemplificar, apropriando-se de conhecimentos (PCN´s, pág. 63-64, 1.998). Após todo esse trabalho de construção das identidades dos grupos, os alunos fizeram um levantamento de temas que gostariam de pesquisar. Para subsidiar os grupos no registro de suas descobertas. Paralelamente a professora trabalhou com os gêneros textuais: resumo, diário e texto informativo. Também houve a necessidade de revisar conteúdos da Língua Portuguesa, tais como letra maiúscula e minúscula; singular e plural; artigos; substantivos e adjetivos; pronomes; pontuação; frases; parágrafos; ortografia.
Segundo a professora, um dos gêneros mais difíceis de se trabalhar com o grupo foi o resumo, pois em geral a tendência era a de apenas "copiar" textos. Considerando que resumir é sistematizar, esse foi um trabalho de aprendizado muito rico para os alunos.
Uma primeira experiência com a pesquisa...
Antes de os grupos construírem seu plano de pesquisa, a professora organizou uma espécie de "primeira experiência" de trabalho de grupo e de pesquisa nessa nova proposta, com registro de texto em um blog criado para a classe do terceiro ano. A professora criou o blog para a classe, denominado “Pequenos e Grandes” pois, segundo ela, não havia tempo para trabalhar com todo o processo de criação do blog, pois teriam pela frente apenas três meses de trabalho e a escola passava por uma situação de mudança. Porém, explicou para as crianças o que era um blog e qual a sua finalidade, todos os alunos ficaram entusiasmados com a possibilidade de publicarem seus textos.
Para uma primeira experiência de trabalho em grupo e busca na Internet, a professora achou interessante trabalhar com o tema da primavera, pois já haviam estudado a chegada da primavera, a variação da temperatura e a diferença das estações do ano nos hemisférios Sul e Norte. Nessa primeira etapa a professora ainda não introduziu os projetos de trabalho, ela mesma escolheu um tema comum, pois seu objetivo era o de fazer com que as crianças vivenciassem uma experiência de trabalho de produção em grupo para posteriormente escolherem seus próprios temas de pesquisa. Então, nesse momento iriam criar um mural sobre a primavera, contendo informações, poemas, ilustrações. Como o objetivo maior era o de familiarização com a pesquisa no laptop utilizando seus recursos, foram encaminhadas algumas atividades detalhadas a seguir.
A primeira etapa teve dois dias de duração e consistiu no desenvolvimento dos seguintes passos:
· 1. Produção escrita de um texto informativo sobre a primavera;
· 2. Lição de casa: revisar o texto e ler para alguém
· 3. No dia seguinte: leitura do texto no grupo de pesquisa
· 4. Escolha (em cada grupo) de um texto para o mural da sala, tendo como critérios (combinados anteriormente) texto criativo, texto fluente, entre outros.
Houve um grupo que elaborou o texto durante a segunda aula, produziram o texto coletivamente e um dos integrantes do grupo foi o escriba.
A segunda etapa também teve dois dias de duração e consistiu no desenvolvimento dos seguintes passos:
· Uso dos laptops para pesquisa on-line de poemas para crianças, preferencialmente relacionados à primavera
· Leitura do poema e seleção de uma ou mais estrofes
· Registro da estrofe no caderno
· Apresentação das estrofes de cada um do grupo e escolha de uma por meio de votação para publicar no blog
· Digitação no editor de texto do laptop e revisão do texto para postagem
Como ainda não havia uma metodologia e uma organização mais elaborada sobre a melhor forma de utilização dos laptops pois o uso anterior ao projeto era esporádico, essas aulas funcionaram como um teste, para ver qual seria a reação das crianças perante o uso contínuo dessa nova ferramenta de trabalho. Os alunos monitores ajudavam muito na organização dos laptops (levando o carrinho para a sala de aula, distribuindo-os para as crianças, trocando máquinas que apresentavam problemas de conexão na hora das atividades) e ajudavam também tirando dúvidas das crianças, relativas à entrar na Internet, navegar nos sites de busca, usar o teclado, entre outras. Ainda assim, as crianças demonstraram grande interesse no blog e muita curiosidade com a Internet em si. Aqueles alunos que demonstravam um maior domínio do uso das ferramentas ajudavam os que tinham maiores dificuldades e assim, a maioria da classe conseguiu acessar o blog.
Para pesquisarem os poemas, as crianças entraram no site de busca e colocaram como pesquisa “poemas sobre primavera”. A professora caminhava de grupo em grupo, auxiliando, pedindo para que escolhessem uma estrofe, explicava o que era estrofe, tirava dúvidas e exigia bastante com a questão da revisão do que é colocado no blog.
Nessa aula, houve algumas dificuldades que impediram um rendimento total das atividades, foram elas;
· Conexão com a Internet (demorou um pouco para que todos os laptops conseguissem conectar a Internet e isso deixava as crianças ansiosas)
· Fora constatada a necessidade de que houvesse um aluno monitor o tempo todo junto ao carrinho de laptops, testando-os, pois são protótipos e apresentavam algumas falhas, se há alguém fazendo esse trabalho, evita desperdício de tempo e dispersão da sala, pois se o laptop der algum problema, ele já troca na hora.
Nessas duas etapas, foi observado que houve muita participação de cada um, muita discussão nos trabalhos em grupo e a construção da identidade de cada grupo. Durante esse período, também houve impasses, polêmicas e conflitos acerca da organização e cooperação no grupo que a professora conversava e estimulava que fossem resolvidos no grupo, sempre por meio do diálogo. Algumas vezes, as crianças acolhiam em outros grupos colegas de relacionamento difícil que apresentavam dificuldades no seu grupo de origem e isso partiu deles, é como se fizessem “estágio” em outro grupo e depois voltavam para seu grupo de origem.
Mais familiarizados com a proposta de trabalhar em grupo, após essa vivência da primeira atividade, os alunos conheceram e visualizaram o blog pela primeira vez (www.mariaaparecidacc.blogspot.com), postando as estrofes escolhidas a partir dos poemas pesquisados.
Na aula seguinte, a professora retomou os passos da aula anterior, pedindo para que finalizassem o que se propuseram a fazer, e aqueles alunos (pelo menos 1 por grupo) que já haviam terminado, começaram a ajudar os demais para que então pudessem partir para uma nova atividade.
Havia a preocupação da professora em pedir para os alunos copiarem no caderno o que havia sido postado no blog, conforme figura 1, para que não perdessem o material, pois como o laptop é compartilhado com outros alunos da escola, havia a preocupação de não conseguir pegar depois a mesma maquina onde haviam salvo os arquivos.
Houve situações em que alguns alunos que haviam terminado tudo se mostraram individualistas, apresentando comportamento de não-cooperação com os demais e então a professora passava nos grupos, sentava e conversava a respeito da importância da solidariedade, de aprender a trabalhar em grupo, de ajudar e ser ajudado, conforme figura 2. Percebendo a necessidade, a professora nomeou então, um líder por grupo (os alunos que se mostraram mais comunicativos e consensuais) para que tivessem como função guiar e auxiliar os demais membros do grupo.
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